Deisy Santana

Luto na Infância

A morte é a única certeza da vida, mesmo assim, temos uma dificuldade imensa em lidar com ela. Em meio a nossa própria dor e sofrimento, temos também que lidar com a dor e sofrimento das crianças. É nesse momento que ficamos cheios de dúvidas: devo poupá-la? Levo ou não ao velório? O que eu faço?

É tentador querer poupar a criança do sofrimento, ver a dor dos nossos filhos é muito difícil. Contudo, crianças são espertas, não há como poupá-las de algo que percebem, que elas sentem. Tentar esconder a realidade da criança impede que ela elabore a perda de forma sadia. Existem algumas fases o processo de elaboração da perda que devemos conhecer

Aceitar a realidade da perda: é fundamental dizer a verdade para a criança, explicar que aquela pessoa ou animal de estimação não vai mais estar presente. Após a explicação a criança deve ir ao velório, esse é um ritual de passagem importante para pessoas enlutadas, inclusive para a criança. Explique a ela o que vai ver no velório, que a pessoa falecida vai estar num caixão com flores, que algumas pessoas vão chorar, que todos parecerão tristes, enfim, prepare a criança para que a situação não seja uma completa surpresa para ela, para que ela não precise recorrer a uma imaginação negativa para conseguir compreender o que ela está vendo. Deixe a criança escolher se quer se aproximar do caixão ou não.

Processar a dor do luto: falar sobre seus sentimentos, ouvir a criança. No caso de animais de estimação, não se apresse em arrumar outro, pois isso dificulta a elaboração sadia da perda. No caso de perda de pessoas a terapia infantil é importante aliada nesse processo.

Ajustar-se ao mundo sem a pessoa morta: A perda de pessoas próximas implica em mudanças na dinâmica familiar da criança. A criança e toda a família deve se adaptar à nova realidade.

Encontrar uma conexão duradoura com a pessoa falecida: Superar uma perda não quer dizer esquecer da pessoa que morreu, mas sim aprender a conviver com a saudade.

Recomendo que crianças que perderam pai, mãe, irmãos e avós ou tios que sejam muito próximos sejam acompanhadas por um psicólogo.

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